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Anilhagem de aves

O que é a anilhagem de aves?

Desde os tempos mais remotos que as Aves fascinam as pessoas, que lhes invejam a capacidade de voar, admiram a exuberância notável das suas cores e formas, e escutam maravilhadas o canto harmonioso de muitas espécies. Por outro lado, os hábitos das aves, e muito em especial os seus movimentos migratórios, também despertam a nossa curiosidade e representam uma fonte inesgotável de inspiração. Os hábitos diurnos, tão característicos da maior parte das espécies de aves, contribuem para tornar mais visível este grupo animal e ajudam-nos a explicar esta atração.

Algumas espécies de aves são residentes em determinado território, não se afastando muito do local onde nasceram. Outras, porém, levam a cabo grandes viagens, que podem atingir milhares de quilómetros e requerem centenas de horas de voo. Os ciclos de vida destas aves migratórias dependem das estações do ano e os seus movimentos podem ter lugar no interior do mesmo país ou abranger uma região muito mais vasta, desenvolvendo-se por vezes entre continentes.

 

A anilhagem científica de aves é uma técnica de investigação baseada na captura e marcação individual das aves, em geral com uma pequena anilha de metal onde se encontra gravada uma combinação de caracteres única. Qualquer registo da recuperação de uma ave anilhada, obtido através da sua recaptura e posterior libertação, ou quando a ave é encontrada já morta, pode fornecer muita informação útil acerca da vida dessa ave e, em particular, sobre os seus movimentos.

 

Através da interpretação dos dados morfológicos e biométricos obtidos durante a atividade de anilhagem é possível obter um conhecimento mais profundo das diversas espécies e respetivas populações, bem como sobre as características dos indivíduos que as compõem. Assim, quando uma ave cai na rede de um anilhador este procura obter a maior quantidade possível de informação, atuando de acordo com os procedimentos estabelecidos pela Central de Anilhagem do país onde foi efetuada a captura. Em situações especiais podem aplicar-se outras normas, na medida em que tal seja estritamente necessário e autorizado, quando estudos específicos assim o exijam.

A análise das deslocações de aves anilhadas permite definir as suas rotas migratórias e conhecer as áreas de repouso ou paragem. Fica, deste modo, disponível informação crucial para orientar medidas de conservação efetivas e para guiar no planeamento de sistemas integrados de áreas protegidas para defesa da avifauna.

 

Paralelamente, a informação recolhida através da recaptura de aves anilhadas permite obter um conjunto de parâmetros populacionais importantes, tais como a taxa de sobrevivência e o sucesso reprodutor. Estes dados são essenciais para determinar as causas de variações numéricas observadas nas populações de aves.

 

História da anilhagem de aves

A técnica da anilhagem de aves foi introduzida na Europa por Hans Christian Mortensen, em 1889, na Dinamarca. Inicialmente, foi utilizada para estudar as deslocações de estorninhos Sturnus spp, mas proporcionou desde então avanços notáveis no conhecimento científico das migrações das aves.

 

A simplicidade e o rigor desta técnica de estudo de aves constituem a chave do êxito deste método, que sendo inovador no final do século XIX mantém ainda hoje todo o seu interesse e atualidade.

A anilhagem de aves é hoje praticada em todos os continentes. Por toda a Europa, mais de 10 000 anilhadores entusiastas exercem regularmente a sua atividade, naquilo que pode ser considerado um fenómeno ímpar da investigação cientifica, no qual muitos amadores bem treinados desempenham um papel fundamental ao lado dos profissionais, contribuindo com a sua experiência, dedicação e tempo livre para o estudo das aves.

 

Comparada com as avançadas técnicas modernas de seguimento remoto por GPS e satélite, a anilhagem proporciona vantagens decisivas pelas quais a sua prática é ainda bastante comum:

 

- Técnica com investimento de baixo custo e com resultados bastante fiáveis e de grande qualidade;

- Técnica muito acessível à participação do público em geral o que permite a inclusão não só de profissionais das “ciências da natureza”, mas também de amadores interessados, que podem fazer parte das operações de captura e marcação de aves (depois de receberem o devido treino de anilhador)


A anilhagem constitui assim uma ferramenta indispensável para o estudo científico das aves e das suas migrações e é por esse motivo uma técnica utilizada habitualmente em diversos projetos científicos.

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Objetivos da anilhagem de aves

Na maioria dos países do mundo, a anilhagem é hoje aceite como ferramenta de investigação essencial. Em muitos casos, a urgência das medidas de conservação de algumas espécies impõe mesmo programas específicos e intensivos de marcação e controle, tendo como principal objetivo a obtenção rápida de indicadores que possam ser traduzidos em medidas concretas de gestão dos habitats ou de correção dos principais fatores de ameaça.

 

Como tal, respeitando a legislação em vigor, e atuando em conformidade com as orientações emanadas da EURING (designação oficial do organismo coordenador da anilhagem na Europa), a anilhagem não deve ser encarada como “passatempo” ou atividade de lazer, mas antes como uma atividade responsável que, para além de envolver custos, envolve também riscos para as aves que são capturadas e manuseadas. Assim, nota-se uma necessidade crescente da definição clara dos objetivos que se pretendem atingir com esta atividade. Estes devem ser conhecidos e respeitados, por cada anilhador e pelos grupos de anilhadores ativos no país, atendendo a que a grande maioria destes desenvolve a sua atividade num contexto amador.

 

Também é fundamental o estabelecimento de metodologias apropriadas e uniformes, adequadas às diferentes situações, que, por sua vez, possam traduzir-se na obtenção de resultados fiáveis e úteis para comparação.

 

Por fim, além do envio habitual dos registos de anilhagem para o banco de dados da Central Nacional, este esforço deve traduzir-se também na publicação dos resultados. Estes podem ser divulgados em formatos simples (destinados ao público em geral), ou já devidamente tratados, através de artigos em revistas científicas e outros tipos de publicações especializadas, nesse caso necessariamente com circulação mais restrita.

 

Para ajudar todos os anilhadores a concretizar estas orientações, devem ser tidos em conta os principais objetivos da anilhagem científica:

- Contribuir para a compreensão e esclarecimento dos movimentos das aves e das suas estratégias migratórias;

- Identificar e monitorizar as áreas mais importantes para as migrações; e

- Monitorizar as populações das diferentes espécies. 

 

A atividade de anilhagem de aves com fins científicos encontra-se regulamentada no Decreto-Lei nº 140/99, de 24 de abril (artigo 18º), com a nova redação dada pelo Decreto-Lei nº 49/2005, de 24 de fevereiro, que transpõe para a legislação nacional as Diretivas Comunitárias ‘Aves’ (Diretiva 2009/147/CE, de 30 de novembro, que revogou a Diretiva 79/409/CEE) e ‘Habitats’ (92/43/CE).

Anilhas utilizadas

Na maioria dos países do mundo, a anilhagem é hoje aceite como ferramenta de investigação essencial. Em muitos casos, a urgência das medidas de conservação de algumas espécies impõe mesmo programas específicos e intensivos de marcação e controle, tendo como principal objetivo a obtenção rápida de indicadores que possam ser traduzidos em medidas concretas de gestão dos habitats ou de correção dos principais fatores de ameaça.

 

Como tal, respeitando a legislação em vigor, e atuando em conformidade com as orientações emanadas da EURING (designação oficial do organismo coordenador da anilhagem na Europa), a anilhagem não deve ser encarada como “passatempo” ou atividade de lazer, mas antes como uma atividade responsável que, para além de envolver custos, envolve também riscos para as aves que são capturadas e manuseadas. Assim, nota-se uma necessidade crescente da definição clara dos objetivos que se pretendem atingir com esta atividade. Estes devem ser conhecidos e respeitados, por cada anilhador e pelos grupos de anilhadores ativos no país, atendendo a que a grande maioria destes desenvolve a sua atividade num contexto amador.

 

Também é fundamental o estabelecimento de metodologias apropriadas e uniformes, adequadas às diferentes situações, que, por sua vez, possam traduzir-se na obtenção de resultados fiáveis e úteis para comparação.

 

Por fim, além do envio habitual dos registos de anilhagem para o banco de dados da Central Nacional, este esforço deve traduzir-se também na publicação dos resultados. Estes podem ser divulgados em formatos simples (destinados ao público em geral), ou já devidamente tratados, através de artigos em revistas científicas e outros tipos de publicações especializadas, nesse caso necessariamente com circulação mais restrita.

 

Para ajudar todos os anilhadores a concretizar estas orientações, devem ser tidos em conta os principais objetivos da anilhagem científica:

- Contribuir para a compreensão e esclarecimento dos movimentos das aves e das suas estratégias migratórias;

- Identificar e monitorizar as áreas mais importantes para as migrações; e

- Monitorizar as populações das diferentes espécies. 


Legislação

A atividade de anilhagem de aves com fins científicos encontra-se regulamentada no Decreto-Lei nº 140/99, de 24 de abril (artigo 18º), com a nova redação dada pelo Decreto-Lei nº 49/2005, de 24 de fevereiro, que transpõe para a legislação nacional as Diretivas Comunitárias ‘Aves’ (Diretiva 2009/147/CE, de 30 de novembro, que revogou a Diretiva 79/409/CEE) e ‘Habitats’ (92/43/CE).

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